Me vende um Chuchu?

Mulher em uma barraca vendendo alimentos organicos


Se eu te pedir pra me vender um chuchu, o que você irá fazer? E um carro?

Você sabia que para vender um chuchu, um carro, um planner ou agenda, o princípio é o mesmo?
Se eu te pedisse para me vender qualquer uma dessas coisas, você provavelmente iria começar me falando de todas as vantagens que seu produto tem, do quanto ele é bom, do valor agregado a ele, mas você esqueceu de um pequeno detalhe.
Você sabe pra quê eu preciso do produto que quero adquirir?

Se eu pedir para a um vendedor um pincel, ele vai me perguntar de que tipo ou para qual finalidade e então me apresentar opções de pincéis dentro da gama que eu preciso. Qualquer entrega que você precise fazer, seja de conteúdo, de formato, de um produto ou serviço, você precisa conhecer o seu público e quais são seus anseios e dores (necessidades), mas a venda exatamente precisa conhecer quem está comprando ou ao menos a sua necessidade naquele momento.

Quando eu crio uma peça, uma ilustração ou mesmo um logotipo para um cliente, eu preciso antes, para que meu produto seja realmente personalizado (e pessoal), saber para que ele quer aquilo.

Muitas vezes, quem cria, não cria para o cliente direto. Imagine a seguinte situação:

- Oi Patricia, bom dia! Eu gostei muito do seu portfólio e gostaria de comprar uma aquarela sua para ilustrar meu convite de casamento. Vou deixar pra você criar.

- Oi Cleidinha, que bom que gostou! Amanhã te entrego uma ideia legal...

Após 24 horas eu envio pra ela um scanner e eu buscando referencias, achei lindissimo um casal de ratinhos e fiz pra ela.

A Cleidinha adora meu trabalho, me segue nas redes sociais, é fã das cores do tratamento da imagem, certo? Venda certa, correto? Não.

Quando a moça vê o casal de ratinhos, que eu achei fofo, ela quase desmaia! A Cleidinha tem fobia de ratos, ratinhos, ratões, de qualquer jeito! Fora que eu usei rosas, liláses e verdes vintage. Ela agradece, paga a primeira metade e não volta.

Onde eu errei?

Acompanhe agora como poderia ter sido a conversa.

- Oi Patricia, bom dia! Eu gostei muito do seu portfólio e gostaria de comprar uma aquarela sua para ilustrar meu convite de casamento. Vou deixar pra você criar.

- Oi Cleidinha, que bom que gostou! Vamos conversar um pouco? Seu casamento vai ser que horas?

- A Patricia, a noite, na Igreja São Chiquérrimo de Brasília, me vestido tem uma calda enorme, para que quando eu esteja no altar, ela fique em parte do corredor. Tem um brilho perolado sem ser chamativo.

- Uau, que lindo. Adorei. Cleidinha, me conta uma coisa: do que você gosta? tem alguma ideia em mente? Quais as cores do seu casamento? Como será a decoração?

Poderia fazer milhares de perguntas ainda. Desde referência até uma foto da Igreja do São Chiquérrimo. Essa conversa é focada nela. No que ela  gosta, do que ela gosta, quais são as necessidades dela, do noivo. Quais as expectativas dela em relação ao meu trabalho e por ai, vai.

Não precisa ser um interrogatório. Mas uma conversa com tempo e principalmente focada nela. Não adianta eu querer falar da qualidade do meu produto, das características dele. Ela já sabe.

Ela me segue nas redes sociais, ela vê os comentários das pessoas. Não preciso mais vender meu peixe. Preciso saber qual peixe ela quer.

Quando a venda é de produtos personalizados, só colocar o nome de quem compra, não personaliza nada. Isso vale para qualquer venda de itens de arte e artesanato.

Não adiantam as blogueirinhas da instagram ensinar a fazer posts, não adianta o mago das #, isso só serve para você atrair pessoas para seu público (leads), mas não serve para vender.

Inclusive, # é papo para outro post. Falaremos sobre isso!

Um beijo e bora lá conhecer seu cliente (não sua persona, ok?)

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